LUTO: ARQUIDIOCESE DE RP PERDE SEU SÉTIMO ARCEBISPO

A arquidiocese de Ribeirão Preto perdeu o seu arcebispo. Dom Joviano de Lima Júnior, 70, morreu às 15h desta quinta-feira (21), no Hospital São Francisco, depois de lutar três anos e três meses contra um câncer no intestino. Estava internado desde o último dia 10.

Ele governou a arquidiocese durante seis anos. Foi nomeado arcebispo em 5 de abril de 2006 e tomou posse em 3 de junho. Nesse período, formou 16 padres e um religioso.

Seu substituto será conhecido em seis meses, no máximo. O anúncio será feito pela Nunciatura de Roma, informou o padre Chico Zanardo, pároco da Catedral.

Até lá, a arquidiocese de Ribeirão será gerida por um administrador diocesano, a ser escolhido por um colégio de seis membros. O administrador deverá ser conhecido em 30 dias.

Sepultamento

A chegada do corpo de Dom Joviano, em urna de cerejeira e envolto em paramentos brancos, na Catedral, estava prevista para o início da madrugada desta sexta-feira (22).

O tempo de trabalho de embalsamamento consumiria entre quatro e cinco horas, em Ribeirão Preto mesmo.

O enterro está marcado para sábado (23), às 10h, após a celebração de exéquias.

O sepultamento será na Catedral, no lado direito do altar principal, no túmulo onde estão os restos mortais de Dom Felício César da Cunha Vasconcelos, falecido em 72.

Foi Dom Joviano quem escolheu o local. E por um motivo especial. Ele admirava a coragem de Dom Felício, que como bispo fechou as portas da Catedral para proteger perseguidos políticos acuados pela polícia durante o golpe militar de 64.

Dom Joviano, arcebispo SSS - Santíssimo Sacramento - da congregação de sacramentinos, terá ao lado, os restos mortais de Monsenhor Laureano, 1º Vigário Geral, enterrado em 1973.

Horários de Missas

Oito missas de corpo presente serão celebradas até o sepultamento.

Nesta sexta, missas serão rezadas às 7h, 9h, 12h, 15h (para os padres) e às 18h30. 

Sábado, às 7h e às 10h - a missa de exéquias - com as presenças confirmadas dos cardeais Odílo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, e Dom Raymundo Damasceno Assis, arcebispo de Aparecida.

O Sétimo

Ribeirão Preto teve dois bispos e sete arcebispos a partir de 1908, depois de criada a arquidiocese. Dom Joviano de Lima Júnior foi o sétimo arcebispo. Todos eles, a exceção de Dom Arnaldo Ribeiro, que quando faleceu já estava aposentado, morreram de câncer.

Dom Alberto José Gonçalves, nomeado pelo Papa Pio X, foi o 1º bispo (1908 a 1945). O segundo, nomeado pelo papa Pio XIII, foi Dom Manoel da Silveira D´Elboux (1946 a 50).

O 1º arcebispo foi Dom Luís do Amaral Mousinho (58 a 62). Em seguida, vieram Dom Agnelo Rossi (1962 a 1964) e Dom Felicio César da Cunha Vasconcellos, o terceiro (1965 a 1972);

O quarto arcebispo foi Dom Bernardo José Bueno Mielli, tido como humilde, desapegado e culto, que governou de 1972 a 1981.

O quinto arcebispo, Dom Romeu Alberti (1982 a 1988) foi nomeado pelo papa Paulo VI. O sexto, Dom Arnaldo Ribeiro, mineiro de Belo Horizonte, administrou de 1989 a 2006.

A vida

Dom Joviano de Lima Júnior nasceu em Uberaba, em 23 de abril de 1942, filho de Joviano e Olga Oliveira Lima. Foi ordenado padre em 69, com 27 anos, depois de concluir curso de Liturgia, em Roma. Recebeu o presbiterato de D. Almir Marqeus Ferreira, na igreja de Santa Teresinha.

Assumiu uma paróquia em Uberaba e depois percorreu outras cidades, chegando ao exterior. Trabalhou em Nova York. Durante 10 anos, ficou fora em missões pela Ásia. Exerceu o cargo de Consultor Geral dos Padres Sacramentinos de 1987 a 1993.

Sua eleição para bispo de São Carlos ocorreu em 25 de outubro de 1955. Foi ordenado por Dom Geraldo Majella Agnelo, em Uberaba, em 1995. Sua posse como bispo de São Carlos, ocorreu em 21 de janeiro de 1996.

Em abril de 2006, o Papa Bento XVI, acolhendo pedido de renúncia apresentado por Dom Arnaldo Ribeiro, nomeou Dom Joviano arcebispo de Ribeirão.

Dom Joviano foi membro do Conselho Episcopal Pastoral da CNBB, presidente do Conselho Episcopal Pastoral para a Liturgia, membro do Conselho Econômico da CNBB e membro efetivo da Comissão Episcopal para os Textos Litúrgicos.

Fonte: Jornal a Cidade